É uma das mais importantes obras da arquitectura barroca do país e um dos ‘ex-libris’ da cidade de Braga. Com mais de 250 anos, o Palácio do Raio, ou Casa do Mexicano como também é conhecido, iniciou em 2015 um novo capítulo da sua história, abrindo-se à cidade como Centro Interpretativo das Memórias da Misericórdia de Braga.
Construído entre 1752-55 sob o desenho de André Soares, o palacete serviu de habitação à família de João Duarte de Faria, o primeiro proprietário, e foi adquirido, já em 1853, por Miguel José Raio, que acabou por lhe dar nome. Nos finais do século XIX, o edifício, hoje classificado como Imóvel de Interesse Público, passou para as mãos da Santa Casa da Misericórdia de Braga. E assim se manteve até 1974.
Durante várias décadas acolheu serviços hospitalares e, em 2012, voltou à posse da Misericórdia que o reabilitou integralmente, num projecto co-financiado pelo ON.2 – O Novo Norte.
Neste Centro Interpretativo será possível viajar pela história da multissecular da Santa Casa, através de dez núcleos temáticos. Da arte sacra, à pintura, passando pela escultura e cerâmica, até à ourivesaria e documentação arquivística, o acervo da exposição permanente é apresentado de forma interactiva e dinâmica, com sonoplastia ambiente, vídeos e outros elementos que permitem também contemplar toda a beleza arquitectónica e artística do edifício.
A visita começa com a evocação de dois dos maiores símbolos da arquitectura bracarense: André Soares e Carlos Amarante. O visitante é convidado a conhecer a história da Irmandade e da Misericórdia de Braga, com enfoque ao papel desempenhado no assistencialismo e apoio aos mais necessitados. E porque falar da Misericórdia é também falar do Hospital de S. Marcos, fundado em 1508, o Centro Interpretativo mostra artigos ligados à botica e utensílios médicos do antigo hospital. Expostos estão ainda documentos dos séculos XVI, XVII e XVIII que guardam o passado dos cuidados de saúde prestados no Hospital de S. Marcos.
Destaca-se, também, o património imaterial da Santa Casa relacionado com lanternas e bandeiras processionais, o farricoco e os fogaréus remetem o visitante para a procissão do Senhor ‘Ecce Homo’, organizada desde tempos antigos pela Misericórdia.
Diretora: Manuela Machado
Preço: Gratuito