Desde os primeiros anos do século XX que Braga aderiu com entusiasmo a diversas práticas desportivas, à semelhança do que sucedia nas principais cidades do país, e seguindo as novidades originadas além-fronteiras. Foi, contudo, o futebol que mereceu desde logo maior atenção por parte das gentes locais, que se agrupavam em recintos improvisados para o efeito, até que o recém-formado (1921) "Sporting Clube-de-Braga" mandou construir um pequeno campo de futebol nos terrenos da Quinta Mitra (também conhecido por campo das "goladas"), propriedade estatal, e arrendado pela "Sociedade de Melhoramentos de Braga".
Eram, contudo, estruturas que não respondiam na totalidade às necessidades e anseios de um clube e de um público cada vez mais exigentes, especialmente perante o sucesso paulatinamente granjeado pelo Clube no meio futebolístico português. Congregados os esforços essenciais, o ambicionado estádio foi, finalmente, inaugurado em 1950, com a designação de "Estádio 28 de Maio", em celebração do regime que o financiara.
Projectado pelo arquitecto e engenheiro Travassos Valdez, para um local - encosta - onde se tirasse partido do desnível do terreno, o estádio relembra o "Nacional" construído no Jamor, em Lisboa, ao mesmo tempo que as linhas arquitectónicas modernistas distintivas da maioria dos edifícios públicos levantados em territórios europeus dominados por regimes totalitaristas, constituindo um dos escassos equipamentos desportivos edificados em Portugal durante o Estado Novo.
Tal como o "Nacional", o estádio de futebol (com pista de atletismo) de Braga foi totalmente construído em pedra e betão armado. De planta oval, com bancadas descobertas, excepto na zona da tribuna (rectangular) presidencial, localizada no topo central, o equipamento foi dotado de uma capacidade total de 30 000 espectadores. Iniciada a construção em 1946, o estádio foi inaugurado quatro anos depois com a presença, entre outras individualidades, do presidente da República, António Óscar de Fragoso Carmona (1869-1951) e de António de Oliveira Salazar (1889-1970), numa comprovação da relevância atribuída a um estádio coroado com o nome do evento político que abrira passagem à instituição do Estado Novo.
Acedendo-se ao recinto através de seis entradas distribuídas a partir de uma torre prismática ostentando o escudo da República, é no seu interior que se observam altos-relevos insculturados em dois painéis de bronze com temáticas alusivas à prática desportiva, de grande qualidade estética e perfeitamente contextualizados na gramática decorativa da época.
Com a Revolução de 1974, o Estádio recebeu nova denominação, a de "Estádio 1.º de Maio".
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