São poucos os dados conhecidos relativos à história da Quinta e da Casa da Naia. Somente as datas inscritas nas diferentes fontes do jardim e terreiros permitem situar a sua edificação entre o final o século XVII ou início do século XVIII, o que coincide com a tipologia do imóvel, com planta em forma de U, característica da arquitectura civil portuguesa do século XVIII (AZEVEDO, 1969).
A Quinta é delimitada por um muro, onde se abre um portão de verga recta, inscrito numa imponente estrutura definida por pilastras. Estas, suportam o entablamento, sobre o qual se erguem os pináculos laterais e as ameias, enquadrando, ao centro, o frontão de aletas com uma pedra de armas não identificada. Dois painéis de azulejos polícromos, representando São Pedro e Santo António, flanqueiam o portal.
A casa articula os dois corpos laterais com o central, mais recuado, e aberto por uma varanda alpendrada. O dinamismo da fachada principal é ainda mais acentuado pela escadaria de lanços convergentes, limitada por pináculos no patamar superior.
No jardim e terreiros, as fontes de espaldares em cantaria, profusamente trabalhadas, são ainda decorados por azulejos e esculturas diversas. O tanque central com uma figura de um menino sobre uma bola, ao centro, recorda outros motivos muito semelhantes existentes na Praça do Município, em Braga, e que Robert Smith atribuiu a Marceliano de Araújo (SMITH, 1970; RIGAUD DE SOUSA, Processo de Classificação, IPPAR/DRP).
(Rosário Carvalho)