REAL
Real é uma povoação antiquíssima e foi villa romana (casa de campo) de um patrício romano residente em Braga, tratando-se de uma das villas a que se faz referência nas Inquirições do Rei D. Dinis (ano de 1300) e que se encontrava perto de Braga, com o nome de Real Velho.
Pelos anos de 660, S. Frutuoso fundou nesta freguesia um mosteiro de Frades Beneditinos, tornando-se o primeiro padroeiro da freguesia.
Em 1080, Real dividia o termo de Braga do de Dume, no tempo de D. Afonso VI, Rei de Castela e Leão, pai de D. Teresa (mãe de D. Afonso Henriques).
O Arcebispo D. Diogo de Sousa criou a Paróquia de São Jerónimo de Real em 14 de Dezembro de 1522, tendo aqui realizado várias obras de vulto - Igreja Paroquial (demolida na década de 1930), cruzeiro, ...
D. Rodrigo de Moura Telles, Arcebispo de Braga, em 18 de Junho de 1728 manda iniciar a construção da actual Igreja de S. Francisco e a reconstrução e ampliação do antigo Convento de S. Frutuoso, que passou a designar-se por Convento de S. Francisco por aqui se terem instalado os Franciscanos da Província da Soledade. Estes, no entanto, foram expulsos em 1834 (pelo Decreto de Extinção das Ordens Religiosas de Mouzinho da Silveira), passando a Igreja de S. Francisco a ser Igreja Paroquial, tendo a Igreja construída por D. Diogo de Sousa sido votada ao abandono e posteriormente demolição.
Conclui-se que a Freguesia de Real foi criada em 14 de Dezembro de 1522, completando mais de 480 anos de existência.
Actualmente, Real é uma freguesia urbana que se encontra em grande desenvolvimento habitacional, tendo permitido, em simultâneo, atrair novos moradores e fixar os naturais à sua terra.
DUME
Dume foi uma freguesia portuguesa do concelho de Braga, com 3,93 km² de área e 3 251 habitantes (2011). Densidade: 827,2 hab/km². O seu topónimo, Dume, vem porventura do germânico döm, que significa igreja, basílica ou catedral.
Extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, foi agregada às freguesias de Real e Semelhe, para formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Real, Dume e Semelhe, com sede em Real.
Dume gozou em recuados tempos duma situação de relevo, especialmente no século VI, durante o reinado de Teodomiro, rei dos Suevos. O pai dele, Charrarico, invocara São Martinho de Tours numa doença que tinha padecido Teodomiro menino.
Obtida a cura, em 550, fundou uma igreja em Dume e mandou emissários à Gália em busca de relíquias do santo. Por disposição providencial, os emissários do rei encontraram-se com Martinho de Panónia, depois chamado Dumiense e canonizado, que de Jerusalém se dirigia para a Gália, ao túmulo do homónimo e compatriota. Aquele encontro indicou-lhe o lugar onde deveria ir exercer o seu apostolado, pois até então os suevos tinham professado o arianismo. Desembarcou, possivelmente, em Portucale, donde se dirigiu a Braga, à corte de Teodomiro, completando a sua conversão, com o auxílio do bispo Eleutério e do bispo de Coimbra, Lucêncio. De Teodomiro obteve a igreja recém fundada de Dume, junto da qual edificou um mosteiro.
Tão notável se tornou a sua acção que em 558 era elevado à dignidade episcopal, erecta a igreja em catedral, constituindo o bispado de Dume, o domínio do mosteiro. Com a reconquista cristã, após a invasão árabe, o pequeno território da diocese de Dume veio a ser incorporado na de Braga. A antiga freguesia de S. Martinho de Dume era um padroado da renúncia da apresentação do prelado bracarense.
SEMELHE
Outrora designada de “Villa de Samuel” ou “Samuelle”, mais tarde de “Samuelle de Real-o-Novo” e depois de “Real-o-Novo”, para descobrir a origem da freguesia de Semelhe é necessário recuar no tempo até à era da Romanização, onde encontramos raízes desta povoação antiga.
Esta freguesia histórica do concelho de Braga deve a sua atual nomeação toponímica à corrupção do primitivo “Samuelle”, resultante da erosão das letras, do desgaste das palavras e dos constantes desenvolvimentos linguísticos.
Avançando um pouco no tempo, até a Idade Média, entramos no ano 1259, data da instituição do morgado de Montariol pelo então Arcebispo de Braga, D. Martinho de Geraldes, natural desta freguesia. No entanto, e apesar da importância deste acontecimento, até ao século XIX (1891), Semelhe estava anexada à freguesia vizinha de Parada de Tibães.