A ligação entre Nogueira, Fraião e Lamaçães foi recentemente reforçada, em 2013, na sequência da reforma administrativa nacional, que ditou a agregação das três freguesias. Esta ligação tem vindo a ser construída ao longo dos anos, principalmente devido à proximidade entre as três, constituindo atualmente uma das maiores freguesias do Concelho com 13 054 habitantes (censos 2011).
Nogueira
As herdades de algumas freguesias de Braga doadas ao Bispo D. Pedro, entre as quais várias de Nogueira, destinavam-se a sanar o problema económico, já que era preciso um rendimento grande para se poder construir a Sé e os seus edifícios anexos destinados ao Prelado, ao Cabido e à Escola Episcopal (Cf. J.Avelino Jesus Costa, "O Bispo D. Pedro e a Organização da Diocese de Braga").
Jurados de Nogueira (SEC XIII)
Nas inquirições de D. Afonso II, Rei de Portugal em 1220 (Portugaliae Monumenta Histórica, de Alexandre Herculano), encontramos no índice Coregráfico no termo do Couto de Braga, que a Freguesia de S. João de Nogueira, como era designada na época (Sancto Johanne de Nogueira) possuía onze jurados, incluindo o Padre, os quais disseram que o Rei não tinha aqui reguengos (bens, terras do Rei), foros ou Patrono.
Já no séc.XVIII, a freguesia de Nogueira constituía um núcleo abastecedor de trabalho à cidade de Braga, visto que o sector dominante, na época, era a agricultura, depreendendo-se que os mesteres eram exercidos fora da Freguesia, naquela cidade.
Fraião
O primeiro documento que nos fala de Fraião, data de 1089, o qual foi pretexto para o anunciado congresso Internacional Comemorativo do IX Centenário da existência da freguesia. Em Fevereiro de 1217 aparece pela primeira vez referida a paróquia de Santiago de Fraião, quando se descreve o emprazamento a João Baião, de leiras e casais, que ainda conservam mesmos nomes: Cortelho e Gandarela como pertencentes ao Cabido da Sé, com a obrigação de lhe pagar, além de outras dádivas, “trinta ovos e três capões, e, depois da morte, ficará outra vez tudo para o Cabido”.
No séc. XV, esta freguesia estava anexada a Sta. Cristina de longos, situação que se manteve até 1525.
Em termos administrativos, Fraião esteve anexada a Nogueira, tornando-se independente em 20 de Fevereiro de 1903.
Lamaçães
O documento mais remoto alusivo a esta Freguesia data do ano 899, numa pretensa doação de D. Afonso III de Leão, no dia da consagração do templo de S Tiago de Compostela.
Ao longo da história do Condado Portucalense que se tornou país, as referências a Lamaçães são diversas e recontam as tentativas de se apossar de tão fértil área, junto da cidade, por parte de nobres e do Cabido da Sé Catedral, já pelos anos de 1300.
Em 1570, numa escritura datada de 28 de Março e de 25 de Abril, com a assinatura de Frei Bartolomeu dos Mártires surge a capela de S. Sebastião, no lugar do Bom Real. No famoso ano da Peste Negra, que assolou toda a Europa, Lamaçães foi poupada. Daí a origem da festa da Segunda-feira de Páscoa – “Zirra-Zirra”. Uma outra capela, esta dedicada a Santo André, foi erigida em 1648, na Quinta da Torre. A actual igreja da Freguesia remonta a 24 de Agosto de 1805, data do início da sua construção, e inaugurada e benzida a 29 de Setembro de 1808.
Até 1930, a Freguesia nunca ultrapassou as 600 pessoas. O Minho Pitoresco de José Augusto Vieira, em 1887, caracterizava a freguesia como “de um solo tão fértil como pitoresco”. Os lugares mais emblemáticos revelam essa mesma matriz agrícola e a sua divisão em quintas e casas agrícolas: Arcela, Gróias, Senra, Torre, Azenha, Outeiro, Outeiral, Eira-Vedra, Silvães, Via Cova, Bouça…
A partir dos anos oitenta, do século passado, a agricultura foi sendo progressivamente abandonada, por se tornar cada vez menos rentável, permanecendo uma pequena agricultura de subsistência. A mancha verde do Monte de Espinho prevalece, proporcionando uma área florestal à Freguesia e à cidade. A zona de Lamaçães, outrora agrícola, encontra-se agora urbanizada e nos últimos dez anos, em termos populacionais, assistiu a um aumento considerável, alterando drasticamente a matriz ancestral e agrícola da Freguesia.