FUNDAÇÃO DA PARÓQUIA / FREGUESIA S.JOSÉ DE S.LÁZARO
Em 1747, a cidade de Braga estava em forte expansão na sua zona Este. Em volta da igreja de S. Vítor, remodelada há pouco mais de meio século, foram criadas muitas oficinas de fabrico de chapéus, que atraíam um grande número de homens. E tantos eram que se decidiram juntar, em Julho de 1748, numa confraria, em honra do apóstolo S.Tiago. A paróquia de S. Vítor ocupava então todo o território situado a nascente dos velhos muros medievais.
O arcebispo D. José de Bragança, (…), sabia perfeitamente dos problemas pastorais que ali existiam. Tornava-se necessário transformar aquela imensa freguesia em, pelo menos, duas. E se bem o pensou, melhor o fez: aproveitando o facto de o pároco de S. Vítor ter falecido em Março de 1747 resolveu desmantelar tão grande território em dois. (…)Em 5 de Setembro de 1747 criou-a oficialmente, por um documento da sua lavra – a Relação Ad Limine, isto é, o relatório que enviou em 1749 ao papa e onde dava conta sobre o estado da arquidiocese. O nome que escolheu para a neófita paróquia foi o de S. José de S. Lázaro.
FREGUESIA DE SÃO JOÃO DO SOUTO
Situada em pleno coração da cidade de Braga, faz parte do centro histórico citadino. Com apenas 2,2 km2 de área total, era a mais pequena freguesia do concelho, mas também uma das mais significativas
As origens toponímicas da freguesia associam-se às duas palavras que a compõem: São João e Souto. Ao que tudo indica, reportam-se ao aspeto geral desta zona, que em tempos muito recuados não seria mais do que um monte rodeado de carvalhos e castanheiros (souto = conjunto de carvalhos e castanheiros), mas no qual se situava a Capela do Baptista, onde eram batizadas as crianças. Quanto à sua evolução histórica, ela coincide com a própria história bracarense, que é antiquíssima e remonta a milhares de anos atrás, apresentando vestígios de ocupação humana que começam a ganhar visibilidade a partir do período megalítico. Devido ao seu relevo, a cultura castreja teve bastante representação nesta zona, durante a Idade do Ferro, com os pontos mais altos a serem ocupados e fortificados pelo característico povo brácaro, que aqui formava autênticos enclaves estratégicos.
A cidade de Braga terá sido fundada por um povo galo-celta, mas é a vinda dos romanos que vai marcar em definitivo a sua história. Instalando-se aqui por volta de 225 a 200 a. C., adoptam-na como convento jurídico da Galécia, um enorme território que se estendia do Rio Douro à Cantábria, e recebe a célebre designação de Bracara Augusta (Bracara a derivar do celta "Bracaris" e Augusta como homenagem ao imperador César Augusto): a famosa Bracara Augusta.