A mobilidade é o tema central do seminário internacional e interdisciplinar que decorre entre hoje e amanhã em Braga. Subordinado ao tema ‘Viver em | a mobilidade: Rumo a Novas Culturas do Tempo, Espaço e Distância’, o evento reúne vários especialistas nacionais e estrangeiros e tem por intuito abordar a mobilidade numa perspectiva sustentável e alinhada com o objectivo de melhorar o bem-estar e aumentar a qualidade de vida das populações.
A sessão de abertura, que decorreu no gnration, contou com a presença de Miguel Bandeira, vereador do Urbanismo do Município de Braga, que valorizou o “alcance e o carácter pioneiro” desta iniciativa, que se insere na relação de aproximação entre a Câmara Municipal e a Universidade do Minho (UMinho).
Como explicou Miguel Bandeira, “no passado, Braga não cumpriu a modernidade de ter uma rede de infra-estruturas rodoviárias adequadas ao tráfego que tinha e, nesta altura, continua nesse impasse de ter que resolver problemas determinantes, uma vez que é essencial dar respostas urgentes a problemas clássicos”.
Actualmente, a dimensão da mobilidade em Braga “inscreve-se no registo do planeamento e na expectativa de financiamento dos fundos europeus, que atribuem uma importância determinante à perspectiva de desenvolvimento dos próximos anos”, referiu o Vereador, lembrando que o próximo quadro comunitário destina metade do seu volume financeiro para o tema da mobilidade.
Dos problemas enunciados por Miguel Bandeira, destaca-se a ausência de uma circular de comutação de tráfego rodoviário. “Temos estradas dentro da Cidade que conjugam tráfegos de intercidades com tráfegos domésticos e um dos desafios que temos ao nível do planeamento é o de valorizar a dimensão intermodal”, disse.
Durante a sua intervenção, Miguel Bandeira apontou os cinco objectivos do Município de Braga na área da mobilidade: promover o planeamento da mobilidade de modo integrado; promover os modos suaves (pedonal e clicável), assim como a mobilidade condicionada; planear e gerir a rede viária da área pedonal, do tráfego e do estacionamento; monitorizar o tráfego e a mobilidade e, por último, operacionalizar a Autoridade Municipal de Transportes.
Também a dimensão da ecovia do Cávado e do Homem mereceu atenção por parte do responsável pelo Urbanismo, explicando que se trata de um projecto sediado na CIM Cávado e que pretende fazer uma “interconexão meridiana às ciclovias existentes, com aquelas que são de ligação à Galiza, o que permitirá um alcance muito importante”.
Em Braga este projecto encontra-se na primeira fase e vai ter uma extensão de 14 km. “Temos uma equipa a trabalhar neste projecto em articulação com a UMinho, e que vai possibilitar dar um salto qualitativo através da ligação dos eixos circuitáveis entre o Campus de Gualtar, o centro da Cidade e a estação ferroviária”. Posteriormente, explicou, “avançaremos para trabalhos que possibilitem a coexistência de tráfego entre velocípedes, transportes públicos e automóveis na Rodovia e, depois, projectar duas vias meridianas clicáveis na Avenida da Liberdade e na Avenida 31 de Janeiro”, concluiu Miguel Bandeira.
Município de Braga, 10 de Novembro de 2016