O escritor Afonso Cruz é o vencedor da 8.ª edição do Grande Prémio de Literatura de Viagens Maria Ondina Braga, com a obra “O que a Chama Iluminou”, publicada pela Companhia das Letras. A decisão foi tomada por unanimidade pelo júri constituído por Fernando Batista, Guilherme d’Oliveira Martins e Isabel Cristina Mateus.
Instituído pela Associação Portuguesa de Escritores com o patrocínio do Município de Braga, este prémio destina-se a distinguir obras de literatura de viagens escritas em português por autores portugueses, publicadas em 2024. O valor monetário atribuído ao vencedor é de 12.500 euros. A cerimónia de entrega do prémio será anunciada em momento oportuno.
Na ata do júri, destaca-se a sensibilidade da obra ao abordar uma viagem atribulada pelo Chile, que serve de ponto de partida para uma reflexão profunda sobre a existência humana e os enigmas do cosmos. O deserto de Atacama surge como uma poderosa metáfora, descrito como uma janela sobre o tempo e a evolução do mundo. Apesar dos dramas que atravessam a história daquele país, marcados pela violência, o autor conduz-nos a uma visão de esperança, simbolizada pela chama que ilumina a singularidade de cada ser humano.
Natural da Figueira da Foz, nascido em 1971, Afonso Cruz é uma figura incontornável da literatura portuguesa contemporânea. Para além da escrita, dedica-se à ilustração, fotografia, música e até à produção de cerveja artesanal. Foi cineasta durante mais de uma década e conta com mais de 40 livros publicados, traduzidos em mais de 20 línguas e em diversos géneros, como romance, conto, poesia, teatro, ensaio, literatura infantil e de viagens.
O seu trabalho tem sido amplamente reconhecido com importantes distinções, entre as quais se contam o Prémio Camilo Castelo Branco, o Prémio Fernando Namora, o Prémio SPA, o Prémio Maria Rosa Colaço, o Prémio da União Europeia para a Literatura e o Prémio Ibérico Álvaro Magalhães. Desde 2013, assina a crónica Paralaxe no Jornal de Letras, Artes e Ideias, e mantém uma coluna de opinião no SAPO.