Decorreu este sábado, 9 de Março, na Galeria do Paço da Universidade do Minho, a inauguração da exposição “25 de Abril de 1974, Quinta-Feira” e a apresentação do livro com o mesmo título do fotografo Alfredo Cunha. A mostra que está patente até 29 de abril retrata 67 momentos captados pela lente do fotografo Alfredo Cunha, em três períodos diferentes: Da guerra à liberdade; no dia 25 de Abril de 1974, quinta-feira e Depois de Abril. A exposição com curadoria de António Gonçalves pode ser visitada de terça-feira a sábado no horário das 10h00 às 18h30.
Para Alfredo Cunha, “esta é uma exposição muito especial, que retrata um acontecimento marcante na vida dos Portugueses. Depois do 25 de Abril tudo mudou na nossa vida e na vida do país, para muito melhor.” O fotografo, que é considerado um dos mais conceituados fotojornalistas portugueses, agradeceu o apoio do município de Braga e da Universidade do Minho na concretização desta mostra, deixando uma palavra especial ao curador António Gonçalves que criou “a narrativa das fotografias, pois cada imagem não é mais que um fragmento de um acontecimento.”
Ricardo Rio mostrou-se muito satisfeito com a exposição que celebra os 50 anos do 25 de Abril de 1974 e lembrou que “o município de Braga tem um programa comemorativo que vai decorrer ao longo dos próximos meses, com teatro, concertos, dança, oficinas, visitas guiadas, horas de conto, uma recriação histórica e a inauguração de uma escultura em espaço público, que vai marcar esta data tão especial para o país”.
Por sua vez o reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, disse que “é com muito gosto que a UM recebe esta exposição neste espaço e se associa a estas comemorações, ainda mais, num ano também de celebração para a academia”, que se encontra a celebrar 50 anos de vida.
O grande álbum de fotografia sobre o 25 de abril de 1974, pela lente de Alfredo Cunha, com mais de 400 páginas foi também apresentado na sessão, dando o mote para um conversa sobre a data histórica. O livro conta com textos originais de Carlos Matos Gomes, Adelino Gomes e Fernando Rosas, e intervenções de Vhils sobre imagens icónicas de Cunha – para a capa e separadores. Há 50 anos, na madrugada de uma quinta-feira, um jovem fotógrafo ouvia Riders Under Storm, dos The Doors, quando foi surpreendido por um comunicado do Movimento das Forças Armadas. Os militares estavam na rua. Estava em curso um golpe militar. Saiu de casa e passou o dia a fotografar e a correr. Com duas Nikon F. e cerca de 40 rolos fotográficos, Alfredo Cunha faria algumas das imagens mais icónicas do golpe militar liderado por jovens capitães e que derrubou quase meio século de ditadura.