O Município de Braga iniciou esta semana um projecto literário e artístico desenvolvido em parceria com a Universidade Autónoma Metropolitana do México, que junta 28 artistas e literatos portugueses e mexicanos num caminho temático que se propõe criar uma ponte entre os dois países.
O projeto “Siete palabras” foi lançado publicamente na Feira Internacional do Livro de Guadalajara, que decorre até este Domingo e tem Portugal como país convidado. Desenvolvendo-se numa plataforma web (www.sietepalabras.cua.uam.mx) e também através de uma aplicação para telemóvel, este projecto contou com a colaboração de 28 artistas, 14 do México e 14 de Portugal, tendo como mote as sete palavras propostas: mar, migração, nostalgia, palavra, praça, revolução e vestígio.
A plataforma, ainda não traduzida em português, apresenta cada uma das sete palavras segundo propostas de quatro autores, dois mexicanos e dois portugueses, entre os quais dois escritores e dois artistas plásticos. Do grupo de 28 convidados salienta-se a presença de Maria Ondina Braga, escritora bracarense falecida em 2002, bem como o artista Luís Coquenão, que tem desenvolvido a sua actividade na Cidade de Braga.
Presente na cerimónia de lançamento desta parceria cultural em representação do Município de Braga, a Vereadora da Cultura, Lídia Dias, afirmou a importância do “estabelecimento de pontes” para o “desenvolvimento cultural”.
“Jamais poderíamos fechar as portas a um projecto que se propõe criar laços entre as artes plásticas, as letras e que acaba por envolver as media arts. O nosso papel enquanto mediadores culturais obriga-nos a uma abertura ao mundo e a outras realidades. O México parece muito distante, mas está bem próximo de nós”, acrescentou, na cerimónia oficial de lançamento desta parceria, que decorreu no recinto da Feira Internacional do Livro de Guadalajara, no México.
Segundo Lídia Dias, é essencial que a rede de parcerias e projectos partilhados “se vá alargando”, num tempo em que Braga “se pretende afirmar culturalmente”.
Para o coordenador e mentor do projecto, Rafael Ibarra, um mexicano que escolheu Braga para viver há cinco anos, «os artistas escolheram livremente o caminho temático e a abordagem a cada uma das palavras que lhe foram atribuídas».
“A finalidade do projecto é gerar visões diversas sobre uma mesma temática, contribuindo assim para um encontro entre a cultura portuguesa e mexicana”, sublinhou o coordenador do projecto, cujo âmbito editorial está a cargo de Carlos Francisco Gallardo Sánchez, da Universidade Autónoma Metropolitana.
O projecto “Sete Palavras” tem previsto ainda o lançamento de um livro impresso, além de novas formas de leitura, imagem e narrativas que possam vir a ser propostas.