O Capitão António Ferreira, presidente dos Bombeiros Voluntários de Braga, lançou um repto à comunidade Bracarense para que ajude a associação ao aderirem à campanha de angariação de novos. O responsável da corporação foi o convidado dos Transportes Urbanos de Braga (TUB) no arranque de um novo ciclo da iniciativa ‘Pequeno-Almoço com…’, que se realizou esta Quarta-feira, dia 7 de Setembro, nas instalações desta empresa municipal.
“Por apenas um euro por mês os Bracarenses podem fazer a diferença na vida da corporação. São muitas as dificuldades que sentimos no cumprimento da nossa missão e esta nova direcção está empenhada em dar a volta a esta situação, cumprindo com as suas obrigações”, garantiu António Ferreira.
Segundo o responsável, a corporação - fundada a 18 de Março de 1877 - não soube acompanhar a evolução dos tempos, como souberam outras corporações de localidades mais pequenas. “Braga dormiu em serviço. Até há bem pouco tempo tínhamos apenas 149 sócios quando, por exemplo, Barcelinhos tem 30 mil e Viatodos 27 mil. Actualmente temos mais de mil sócios mas o ideal seria atingir os 50 mil. É um caminho que temos que percorrer e Braga, uma Cidade pujante, cheia de juventude, tem de olhar para os concelhos vizinhos e fazer essa comparação”, apontou.
Os principais problemas com que a associação se depara são os elevados custos com o combustível e manutenção das viaturas, “muitas delas no limite das suas capacidades”, assim como a falta de condições de actual quartel. “O quartel não tem condições para responder às necessidades actuais desta corporação. Não existem zonas distintas para voluntários masculinos e femininos, não temos uma parada, uma sala de formação, nem capacidade para recolher as mais de 30 viaturas que possuímos, uma vez que o quartel só tem lotação para 12 viaturas, as restantes ficam na rua e muitas vezes são vandalizadas”, explicou António Ferreira.
O presidente dos Bombeiros Voluntários criticou a visão quer da associação, quer dos anteriores executivos, que “perderam a oportunidade” de aproveitar o ‘boom’ da construção civil, que se viveu há cerca de 25 anos, e não encontraram um terreno bem localizado para construir um quartel de raiz. “Nessa altura o poder autárquico não olhou bem para essa necessidade, porque se o tivesse feito creio que teriam encontrado uma solução em conjunto com a associação e com as forças vivas da Cidade”, considerou António Ferreira, acrescentando que o anterior executivo cedeu um terreno em S. Paio de Arcos, “mas a sua localização não é a melhor, uma vez que se encontra muito longe do centro da Cidade e os acessos são mais difíceis, o que prejudica quer o tempo de resposta à população, quer os próprios bombeiros voluntários que se deslocam diariamente ao quartel para se apresentarem ao serviço”.
Contudo, o responsável enalteceu a “postura e sensibilidade” do actual executivo que tem desempenhado um papel fundamental no apoio às necessidades da corporação. “Posso dizer que se no passado houvesse a mesma consciência e a forma como somos atendidos pelo actual poder autárquico, esse novo quartel teria sido uma realidade”, sublinhou, adiantando que o Município de Braga prestou todo o apoio a uma candidatura a fundos comunitários para obras no actual quartel. Se essa candidatura for aprovada pelo secretário de Estado da Administração Interna, as verbas serão destinadas à criação de zonas distintas para homens e mulheres e uma sala de formação.
Segundo António Ferreira, a nova direcção está a “desenvolver todos os esforços para colocar a associação no lugar que ela merece e combater o afastamento entre a mesma e a comunidade local” e, desde Maio passado, altura em que tomou posse, reuniu com todos os credores de forma a resolver a situação. “Batemos a todas as portas no sentido de encontrar solução para os nossos problemas e houve várias reacções. Houve quem nos perdoasse a dívida, houve quem perdoasse metade e houve quem facilitasse o pagamento de forma faseada, e hoje posso dizer que andamos de cara levantada, pois temos cumprido com todos os compromissos que assumimos”, sublinhou o Capitão.
Por seu turno, Firmino Marques, vice-presidente da Câmara Municipal de Braga e presidente do conselho de administração dos TUB, referiu que a associação dos Bombeiros Voluntários de Braga “será tão forte quanto os Bracarenses assim o entenderem”. Como tal, apelou à população para que se una em torno desta causa e que os cidadãos se tornarem sócios da corporação.
Recorde-se que todos os membros do actual executivo já aderiram à campanha de angariação de sócios para a associação dos Bombeiros Voluntários de Braga. Os interessados em contribuir podem fazê-lo apenas entrando em contacto telefónico com a corporação e, posteriormente, receberão em sua casa a referência para o pagamento das cotas anuais, que poderão efectuar em qualquer caixa multibanco.
Município de Braga, 7 de Setembro de 2016