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Parque Urbano do Picoto afirma-se como referência ambiental e ecológica

Parque Urbano do Picoto afirma-se como referência ambiental e ecológica 29/10/2025

O Parque Urbano do Picoto consolida-se como um espaço de excelência para a observação e valorização da biodiversidade em meio urbano. Desde 2022 que uma equipa multidisciplinar tem vindo a implementar um vasto conjunto de intervenções ecológicas no charco e na sua envolvente, com o propósito de reforçar o equilíbrio dos ecossistemas e consolidar o papel do Parque como um laboratório vivo de sustentabilidade ambiental.

Entre as acções destacam-se a introdução de novas espécies de vegetação aquática, a plantação de árvores de fruto autóctones, o controlo rigoroso de espécies exóticas invasoras, a gestão ecológica da vegetação espontânea e a instalação de abrigos destinados a diversos grupos faunísticos. Estas medidas integram uma estratégia municipal mais ampla de valorização da natureza urbana e de mitigação dos efeitos das alterações climáticas.

Os resultados deste trabalho têm sido particularmente expressivos. Das quatro espécies de vegetação aquática inicialmente identificadas, o charco do Picoto passou a albergar 43 espécies distintas, algumas delas com distribuição restrita em território nacional, conferindo à área um valor ecológico de excelência. Esta variedade tem potenciado a diversificação dos macroinvertebrados e favorecido a reprodução de várias espécies de anfíbios, nomeadamente o tritão-palmado (Lissotriton helveticus) e o tritão-de-ventre-laranja (Lissotriton boscai).

Foram igualmente registadas diversas espécies de répteis e mamíferos, incluindo um casal de raposas (Vulpes vulpes), micromamíferos como o rato-do-campo (Apodemus sylvaticus) e o musaranho-de-dentes-brancos (Crocidura russula), que integram a dieta da coruja-das-torres (Tyto alba), uma das aves de rapina nocturnas observadas no parque. No que respeita à avifauna diurna, foram identificadas 28 espécies, confirmando-se a nidificação do chapim-real (Parus major) nas caixas-ninho instaladas.

O charco tem ainda demonstrado ser um distinto ponto de alimentação para morcegos, com registo de morcego-anão (Pipistrellus pipistrellus) e morcego-de-Kuhl (Pipistrellus kuhlii). A adopção de práticas de gestão ecológica (como o corte tardio da vegetação espontânea) tem favorecido a presença de numerosos grupos faunísticos (sobretudo invertebrados), dos quais foram já identificadas 33 espécies distintas.

Apesar dos resultados francamente positivos, a manutenção da funcionalidade ecológica do charco exige um acompanhamento técnico contínuo e especializado. Esta monotorização tem sido capaz de garantir a detecção precoce de espécies exóticas invasoras e o controlo de espécies oportunistas que possam comprometer o equilíbrio do ecossistema, nomeadamente através de processos de eutrofização.

Altino Bessa, vereador do Ambiente, salienta que o Parque Urbano do Picoto é hoje um exemplo de como a gestão municipal pode conciliar a valorização ambiental com o usufruto público do espaço urbano. “Este projecto demonstra que a biodiversidade não é apenas um valor ecológico, mas também um património social e educativo que deve ser preservado e ampliado. É neste desiderato que nos comprometemos a dar continuidade ao investimento em soluções baseadas na natureza e capazes de reforçar a resiliência ecológica e o bem-estar da população”.

Município de Braga, 29 de Outubro de 2025

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