Foram apresentados hoje, na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva,os resultados da primeira fase do Programa Municipal de Vigilância Nutricional Infantil, promovido pelo Município de Braga, que revelam dados preocupantes sobre o estado nutricional das crianças do concelho.
O estudo abrangeu 3.365 alunos do 1.º ciclo do ensino básico público, distribuídos por 52 escolas do concelho de Braga, com idades compreendidas entre os 6 e os 12.
De acordo com os resultados, 61,4% das crianças apresentam peso normal, 37,42% têm excesso de peso e 14,02% são obesas, enquanto 42 crianças apresentam baixo peso. Estes valores são superiores à média nacional, que já se encontra acima da média europeia. Em Portugal, 31,9% das crianças têm excesso de peso e 13,5% são obesas.
Durante a sessão de apresentação, Sameiro Araújo, Vereadora do Pelouro do Desporto e da Saúde, destacou que “os resultados são preocupantes, mas este é um estudo muito pertinente, que nos permite agir de forma informada e estratégica”.
Os dados mostram ainda que as escolas com ensino articulado apresentam resultados mais positivos, que as crianças mais velhas têm maior propensão para o excesso de peso, e que as escolas localizadas em meio urbano registam menor prevalência de excesso de peso face às de contexto semiurbano.
A obesidade infantil é um dos principais problemas de saúde pública, com consequências imediatas na autoestima e no desempenho escolar, e efeitos a longo prazo, como o aumento da probabilidade de obesidade na idade adulta e do risco de doenças crónicas. Recorde-se que, em Portugal, os maus hábitos alimentares são o terceiro maior fator de risco para o número total de mortes.
Esta primeira fase do estudo foi apresentada por Joana Russell Sampaio e Rafaela Rosário, e a segunda fase incidirá sobre a análise dos questionários relativos aos dados sociodemográficos, atividade física, hábitos alimentares e de sono, com o objetivo de identificar as áreas prioritárias de intervenção.
“Quanto mais cedo atuarmos, melhor. A prevenção é sempre mais importante e mais económica do que o tratamento”, reforçou Sameiro Araújo, sublinhando o compromisso do Município de Braga em continuar a promover políticas de saúde pública e de promoção de estilos de vida saudáveis.







