Decorreu, esta sexta-feira, no Convento de São Francisco, em Real, a apresentação dos destaques da programação da Capital Portuguesa da Cultura para 2025. Sob o mote “Abre a tua Porta”, em 2025, Braga abre a porta ao mundo da arte e da cultura, assumindo o título de Capital Portuguesa da Cultura. A cidade celebra a criação artística nacional, em ligação com a Europa, convocando a comunidade e os agentes culturais locais, numa mobilização artística ímpar na sua história.
Na sessão de apresentação, o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, afirmou que o facto de Braga ser em 2025 Capital Portuguesa da Cultura, “não é um acto isolado, não é um momento, é a continuidade de um processo que se construiu e que se tem vindo a alicerçar, desde há vários anos, à luz de uma estratégia que temos vindo a apostar”. Uma aposta que ganhou corpo com a Estratégia Braga Cultura 2020-2030 e que continuou a crescer com a candidatura à Capital Europeia da Cultura 2027.
Para Ricardo Rio “Braga é justamente Capital da Cultura, porque se quer afirmar como tal, porque tem potencial para tal, porque tem trabalho feito para tal e porque vai fazendo as pontes com vários parceiros fora das suas próprias fronteiras que afirmam esta dinâmica e esta perspectiva”.
O autarca que destacou vários pontos do programa adiantou que o município vai alocar à Capital Portuguesa da Cultura o valor global de 12,5 milhões de euros, aos quais acresce o investimento em vários equipamentos culturais e patrimoniais de que são exemplo “o Convento S. Francisco, o Arquivo da Escola Francisco Sanches, o Museu da Imagem e a reabilitação do espaço cultural do Carandá, que já estão em concurso público. Em breve, irá também para concurso público a Casa dos Crivos e o Media Arte Center do S. Geraldo, a Ínsua das Carvalheiras, que está já em execução”.
Para a administradora da empresa municipal ‘Faz Cultura’ e representante do programa artístico da Braga 25, Joana Meneses Fernandes, a atribuição do título de Capital Portuguesa da Cultura “é o reconhecimento nacional do trabalho desenvolvido pelas cidades candidatas a Capital Europeia da Cultura”. A responsável adiantou que o programa da Braga’25 envolve “170 parcerias locais, 50 parcerias nacionais e 40 internacionais” para dar ideia da dimensão do envolvimento dos agentes culturais neste projecto.
Artistas como Maria João Pires, Tiago Rodrigues, Mariza, a dupla Meg Stuart e Francisco Camacho, Kim Gordon, Manuel Bouzas e Allison Orr, são alguns dos destaques no programa numa Capital Portuguesa da Cultura que pretende ter impacto no futuro da cidade de Braga.
A programação da Braga 25 Capital Portuguesa da Cultura resulta da colaboração entre o Município de Braga e a Faz Cultura – Empresa Municipal de Cultura de Braga. Muitos dos 18 projetos em torno dos quais se estrutura o programa do evento resultam do processo de candidatura a Capital Europeia da Cultura 2027, aos quais se junta a reforçada programação dos principais espaços culturais da cidade, Theatro Circo e gnration, bem como as diferentes iniciativas promovidas e apoiadas pelo Município de Braga ao longo do ano.
O eixo da criação artística nacional presente na programação de 2025 é composto por estreias de artistas na cidade como a pianista Maria João Pires, apresentações únicas como a que fará a fadista Mariza, de festivais que ligam o quadrilátero cultural (Braga, Barcelos, Guimarães e Vila Nova de Famalicão) tais como o Square e o Extremo, e novas criações de artistas maiores da cultura em Portugal como os encenadores Tiago Rodrigues e Marco Martins.
Paulo Mendes assina a curadoria de Somos Todos Capitães - 50 anos em Liberdade, uma grande exposição transdisciplinar sobre os 50 anos da Revolução de 25 de Abril de 1974. A Companhia Nacional de Bailado e a Orquestra do Algarve fazem também parte do programa.
No domínio da criação artística internacional, a Braga 25 convida um leque de artistas e criadores para intervenções em espaços urbanos da cidade como é o caso do arquitecto espanhol Manuel Bouzas (curador da representação espanhola na próxima Bienal de Arquitectura de Veneza), bem como a estreia nacional do espectáculo do colectivo Bang on Can All Stars. Há espaço ainda para colaborações entre artistas nacionais e internacionais nas áreas do cinema e da música como Daniel Blaufuks e Matthew Herbert e na dança com a dupla Francisco Camacho e Meg Stuart, bem como uma exposição antológica de Kim Gordon.
A Capital Portuguesa da Cultura assenta em projectos de comunidade, impulsionando a interacção entre artistas internacionais, locais e nacionais, que formam a espinha dorsal de um programa rico em colaborações como as que cruzam o património musical da região e a contemporânea, juntando o Grupo de Cantares de Mulheres do Minho ao Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga; a criação literária com o escritor Ondjaki e jovens da comunidade; uma coreógrafa internacional a um coletivo de trabalhadores municipais - no caso, Allison Orr e os trabalhadores da recolha de resíduos da Agere; ou uma encomenda a Filipa Francisco, que trabalhará com grupos de folclore bracarenses.
Outra das dinâmicas do evento é potenciar e diversificar actividades já existentes, como é o caso do Programa de Descentralização Cultural, Descentrar, que em 2025 vai chegar à totalidade das freguesias do concelho; o Programa de Mediação Cultural Atlas que pretende envolver toda a comunidade; o Festival Literário Utopia que vai cumprir a dimensão internacional, decorrendo simultaneamente em Braga e em Bogotá na Colômbia, entre outros.
Mais informações em Braga25.pt