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Município classifica “Voltas da Macada” como monumento de interesse municipal

Município classifica “Voltas da Macada” como monumento de interesse municipal 19/07/2024

O Município de Braga vai classificar as “Voltas da Macada” como monumento de interesse municipal. A proposta de abertura do procedimento de classificação será votada na próxima Reunião do Executivo Municipal, que se realiza Segunda-feira, 22 de Julho, e surge de um estudo elaborado pela Fundação Bracara Augusta.

Situado na freguesia de Santana de Vimieiro, trata-se de um monumento único, de extrema importância histórica e cultural para a região e para o País, sendo um dos primeiros testemunhos da modernidade das infra-estruturas rodoviárias em Portugal, projectada ainda antes da segunda metade do século XIX, onde em Braga se preservava o testemunho único das denominadas “Voltas da Macada”.

O monumento é apresentado como um “Tramo da Estrada Real, sendo originalmente pavimentada pelo sistema Macadam, enquanto testemunho da engenharia de infra-estruturas rodoviárias oitocentista, do período do liberalismo monárquico de meados do século XIX”. O estudo refere ainda que “As ‘Voltas de Macada’ são um tramo desactivado da ligação rodoviária que antecedeu a Estrada Nacional, Nº14 (Porto-Braga)”.

Segundo a Fundação Bracara Augusta, o monumento é consubstanciado “como um segmento da estrada oitocentista entre o Porto e Braga, que reúne um conjunto de 9 rampas declivosas e outras tantas curvas com raio de 1800. Dispostas em ziguezague, destinadas a vencer um desnível de 32mts ao longo de uma extensão de c. 600 mts”

“Até ao momento não se conhece ao certo a data em que foram projectadas ou executadas as, contudo, muito provavelmente datam da primeira metade do século XIX, no âmbito das obras de construção das estradas do Minho, no segmento itinerário Braga-Vila Nova de Famalicão”, refere o estudo.

Como explica Miguel Bandeira, presidente da Fundação Bracara Augusta e autor do estudo, “podemos adiantar, sem reserva, que as Voltas de Macada constituem hoje um testemunho, ainda que residual, diríamos, único, do património histórico e da paisagem cultural rodoviária em Portugal”.

O estudo que envolveu, também, directora executiva da FBA, Fátima Pereira, e Pedro Gomes, da Universidade do Minho, aponta além do interesse histórico; do enquadramento nos Instrumentos de Gestão Territorial, um grande interesse deste espaço como Paisagem Cultural. As árvores presentes no local, maioritariamente carvalho-alavarinho (Quercus robur) e sobreiro (Q. suber), a topografia e a envolvente conferem uma particularidade ao local que conjuga assim a vertente patrimonial com um peculiar enquadramento paisagístico, que importa salvaguardar, intervir no sentido da sua valorização, preservação e protecção.

A Fundação Bracara Augusta cumpre assim, mais uma vez a finalidade da sua constituição, promovendo o nosso património e reconhecendo neste caso, a importância histórica e cultural para a região e o País, da Estrada Braga-Porto, como sendo um dos primeiros testemunhos da modernidade das infra-estruturas rodoviárias em Portugal, projectada ainda antes da segunda metade do século XIX (1840/início de 1950), e onde em Braga se preserva o testemunho único das denominadas “Voltas da Macada”. 

Município de Braga, 19 de Julho de 2024 

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