O projecto final de arquitectura para a musealização das ruínas arqueológicas da Ínsula das Carvalheiras foi apresentado publicamente este Sábado, 22 de Maio, no Museu D. Diogo de Sousa. Depois de mais de 20 anos de investigação, a parceria entre o Município de Braga e a Universidade do Minho conclui o projecto que levará à valorização, musealização e e adequação à visita daquele conjunto arqueológico. O projecto segue agora para concurso público, devendo ficar concluído no próximo ano.
Para Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, a Ínsula das Carvalheiras será um local de visita obrigatória e uma enorme mais-valia para a Cidade. “Este será um espaço de fruição para aqueles que aqui residem e que, obviamente, poderão também desfrutar das condições muito interessantes que, no projecto, foram asseguradas para os moradores a para os habitantes da nossa Cidade”.
Com um investimento de 2,7 milhões, feito exclusivamente a expensas do Município uma vez que uma vez que não há nenhuma candidatura a financiamentos comunitários, o projecto da Ínsula das Carvalheiras afirma-se como “um instrumento de regeneração urbana, uma aposta clara na valorização patrimonial, um testemunho de uma parceria sempre renovada com a Universidade do Minho e, sobretudo, um resultado final que vai agradar aos nossos cidadãos e vai atrair muitos visitantes no futuro”.
Também o vereador Miguel Bandeira considerou que aquele conjunto arqueológico é uma “célula viva da cidade romana transportada no tempo” e que “valerá a pena visitar Braga para conhecer o projecto de elevadíssima qualidade arquitectónica e tecnológica de musealização das Carvalheiras”.
Já o reitor da Universidade do Minho, Rui Vieira de Castro, elogiou o esforço financeiro da parte do Município, “com recurso a receitas próprias desencadeou esta operação que vai ser de valorização significativa do património da nossa cidade”.
A Ínsula das Carvalheiras vai proporcionar uma viagem no tempo, com a entrada num Centro Interpretativo que terá uma dimensão moderna e tecnológica e com um percurso até ao interior deste espaço que constitui um importantíssimo legado romano. Para além da componente arqueológica, o projecto prevê a criação de um parque urbano anexo às ruínas, que facultará um usufruto qualificado do espaço pelos cidadãos e o desenvolvimento de actividades culturais e de lazer.
A Cidade passará assim a dispor de uma ampla área patrimonial musealizada e aberta ao público, que constituirá um equipamento de grande valor histórico e cultural, verdadeiramente emblemático da origem romana de Braga, capaz de ajudar a reforçar a sua identidade e a diferenciar a oferta cultural da Cidade.
De referir que o projecto é da autoria de Alejandro Beltran-Caballero e Ricardo Mar, dois arquitectos com reputada experiência na relação com a arqueologia e na musealização de vestígios romanos.