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O desenho do Plano para a Longevidade assentou num processo de (co)construção alicerçado em metodologias participativas, envolvendo diferentes stakeholders direta ou indiretamente implicados no domínio do envelhecimento individual e coletivo.
A metodologia mista adotada orientou-se para: (1) a recolha de informação com vista à caracterização do processo de envelhecimento no Município e (2) a identificação e discussão de áreas de intervenção e respetivas medidas/atividades/ações.
A recolha de informação relativa ao processo de envelhecimento individual recorreu à avaliação gerontológica multidimensional que permitiu avaliar aspetos nucleares do funcionamento individual, nomeadamente funcionalidade nas atividades básicas de vida diárias (ABVD) e atividades instrumentais de vida diária (AIVD), declínio cognitivo, sintomatologia depressiva, qualidade das redes familiares e de amizade e risco de isolamento social.
Esta avaliação teve como referência os indicadores dos Censos em termos de distribuição por subgrupo etário (a partir dos 65 anos) em cada freguesia do Município, tendo sido definidas três tipologias de freguesias a avaliar – núcleo urbano, semiurbano (núcleo intermédio) e rural (núcleo periférico).
Paralelamente, recorreu-se a análise documental para reunir informação relativa a aspetos relevantes no âmbito do processo de envelhecimento, nomeadamente recursos, equipamentos e serviços comunitários (número, tipologia), indicadores de utilização e de procura, programas, ações e atividades desenvolvidas no Município direcionadas a
pessoas mais velhas, entre outros aspetos.
A informação recolhida, após tratada e sistematizada, foi discutida com stakeholders, numa perspetiva de validação, aprofundamento e consolidação com recursos à metodologia de focus group, especificamente foram realizados quatro focus group: (1) pessoas mais velhas, (2) presidentes de junta de freguesia, (3) profissionais na área do envelhecimento, e (4) pessoas na meia-idade.
Além disso, ao longo do processo a informação foi apresentada e discutida no âmbito de reuniões da Rede Social do Município.
Uma abordagem holística, complementar e estratégica:
A caracterização do Município de Braga – que compreendeu a análise de aspetos demográficos, dos recursos sociais e de saúde e da avaliação gerontológica multidimensional – permite identificar necessidades e oportunidades que evidenciam a relevância do desenvolvimento de políticas autárquicas – articuladas e integradas – com vista à promoção do envelhecimento ativo e saudável.
Neste sentido, o PG, enquanto instrumento de planeamento e desenvolvimento estratégico no âmbito do envelhecimento e da longevidade humana, articula-se com outros instrumentos similares do Município, nomeadamente o Plano Municipal de Saúde 2021-2026, o Plano Municipal para a Igualdade e a Não Discriminação 2022-2027 e o Plano Municipal para a Integração de Migrantes 2022, entre outros. Quer pela natureza comum (ferramentas de planeamento estratégico), quer pelo foco em dimensões estruturantes da vida dos munícipes (saúde, igualdade, inclusão, longevidade), estes instrumentos complementam-se na concretização de objetivos estratégicos e operacionais orientados para a promoção da qualidade de vida e do bem-estar das pessoas ao longo de todo o ciclo de vida.
Desta forma, foram definidos três objetivos gerais para o Plano para a Longevidade do Município de Braga:
1. Promover o envelhecimento ativo e saudável;
2. Transformar Braga num Município amigo da idade;
3. Fomentar a inovação e a otimização de recursos e serviços na área do envelhecimento.
Quatro eixos de intervenção:
Face ao trabalho desenvolvido, foram ainda identificadas áreas prioritárias de intervenção que se associam a diferentes objetivos específicos e que se operacionalizam em quatro eixos estratégicos de intervenção:
(1) Bem-estar & Qualidade de vida,
(2) Participação,
(3) Segurança e
(4) Inovação & Capacitação
Monitorização e avaliação do plano para a longevidade
O desenvolvimento de medidas autárquicas para responder aos desafios decorrentes o envelhecimento e da longevidade implica uma atenção específica à monitorização e avaliação do Plano.
A monitorização foca-se no processo de implementação, reunindo evidências que permitam acompanhar o grau de implementação, nível de recetividade dos alvos/beneficiários, eventuais desvios e resultados ou ganhos.
Como critérios de monitorização estabelece-se:
(1) fidelidade, que permite aferir o grau de cumprimento das medidas desenhadas e
(2) responsividade, que permite identificar o grau de envolvimento dos destinatários/beneficiários.
A avaliação de impacto visa a recolha de evidências que permitam aferir os efeitos/resultados das medidas/programas desenvolvidos, tendo como referência indicadores prévios à implementação do Plano. Tendo em conta que o Plano comtempla um horizonte temporal de quatro anos, prevê-se que a avaliação de impacto tenha um caracter intermédio (dois anos após início) e final (quatro anos após início).